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Retratos e Relatos | Fotojornalismo

Dando prosseguimento as minhas primeiras experiências com fotografia, hoje vou falar do fotojornalismo, que tem nomes bem conhecidos do público, como Sebastião Salgado, Cartier-Bresson, Robert Capa, entre outros. O fotojornalismo se assemelha com o fotodocumentarismo, porém com uma temática mais livre. Na UFRGS, no segundo semestre de 2010, eu tive aula nessa disciplina com a professora Marina Chiapinotto, onde tivemos, além das aulas teóricas, três trabalhos práticos. Eu me lembro que nessa época a faculdade já tinha câmeras Nikon digitais, mas elas não tinham sido regularizadas no patrimônio da instituição para serem utilizadas pelos alunos. Os dois primeiros temas que eu escolhi como trabalhos fotojornalísticos foram fotos feitas com a minha câmera digital amadora, aquela que eu já falei aqui no blog na minha primeira postagem dos Retratos e Relatos. As temáticas foram as eleições de 2010 e a Feira do Livro…

Materiais de campanha no Arroio Dilúvio

Materiais de campanha no Arroio Dilúvio

A proposta do tema das eleições era mostrar a sujeira que tomava conta da cidade durante o período eleitoral, principalmente no dia da votação. Um dos candidatos, na frente da escola em que eu voto, recolheu várias sacolas de “santinhos” de outros candidatos que haviam espalhado pelas ruas durante a madrugada, prática comum de décadas aqui no Brasil. Felizmente, a legislação eleitoral mudou e diminuiu bastante a sujeirada deixada por esses candidatos irresponsáveis.

"Santinhos" de candidatos recolhidos por um candidato que luta pela causa ambiental

“Santinhos” de candidatos recolhidos por um candidato que luta pela causa ambiental

Sobre o tema da Feira do Livro, era apenas registrar o movimento durante o evento, que naquele ano contou com um contratempo, as reformas na Praça da Alfândega, local onde abrigava a maior parte das bancas de livros.

Movimento na Feira do Livro

Movimento na Feira do Livro

Naquela edição da Feira, já que não teria como fugir dos transtornos da reforma da praça, a organização colocou alguns tapumes de madeira compensados com frases de autores de livros.

Tapumes de madeira com frases de autores de livro

Tapumes de madeira com frases de autores de livro

Como último trabalho, se eu não me engano era feito em grupo, a temática era registrar o dia de prova do vestibular da PUCRS. Me lembro que um colega ficou encarregado de pegar emprestado uma daquelas câmeras, Nikon D3000, que eu falei no começo da postagem, já que elas haviam sido regularizadas antes do final do semestre.

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Candidato conferindo as respostas após a prova

Essas foram as minhas primeiras experiências como fotojornalista, que vocês podem conferir nos meus álbuns do Flickr e algumas delas na galeria abaixo. Em breve, eu irei postar outros trabalhos meus nesta área da fotografia…

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Making of | Com quantos paus se faz Rock and Roll

Um dos trabalhos que eu mais tive orgulho de fazer durante a faculdade foi o audiodocumentário sobre Os Cascavelletes, Com quantos paus se faz Rock and Roll. O nosso grupo foi premiado com dois trabalhos no 21º Prêmio Unirádio FM Cultura em 2013, sendo um deles o doc dos Casca. Aqui nesta postagem vou contar um pouco dos bastidores  e como foi produzir este material.

Da esquerda para a direita: Flávio Basso, Nei Van Soria, Alexandre Barea e Frank Jorge

Da esquerda para a direita: Flávio Basso, Nei Van Soria, Alexandre Barea e Frank Jorge

Este trabalho da faculdade foi concebido quando eu e os meus colegas fazíamos a disciplina de Radiojornalismo 2 na FABICO-UFRGS, no quarto semestre. Primeiramente, quando discutíamos qual tema abordar nesse audiodocumentário, pensamos em fazer um trabalho sobre o tema rock gaúcho e contar as histórias das bandas mais conhecidas aqui do estado. Como iria ficar muito abrangente, a nossa professora, Cida Golin, nos orientou para que filtrássemos mais a temática, daí resolvemos fazer sobre as bandas TNT e Cascavelletes. Como vimos que também iria gerar muito material e não iria caber nos 30 minutos de tempo do documentário, resolvemos fazer só sobres Os Cascavelletes. Após algumas reuniões em grupo, conseguimos agendar as primeiras entrevistas, então vou colocar aqui mais ou menos como eu me lembro qual foi a ordem dos entrevistados, já que os arquivos que eu tenho aqui estão com as datas fora de ordem 😛

Os nossos primeiros entrevistados foram três comunicadores da rádio Pop Rock (atual MixFMPoa): Arthur de Faria, músico e um dos grandes estudiosos da música brasileira; Mauro Borba, um dos fundadores da rádio Ipanema FM e que vivenciou a cena roqueira dos anos 80 aqui em Porto Alegre; e Paulo Inchauspe, músico e um dos gestores da rádio na época. Fomos muito bem recebidos na emissora por eles e na época a rádio tinha se mudado para o centro de Porto Alegre. Eu me lembro que, depois da entrevista com eles, eu fiquei assistindo o programa Cafezinho sendo feito ao vivo. O próximo entrevistado foi o Alexandre Barea, baterista dos Casca, e fizemos a entrevista num sábado a tarde na casa/escola de bateria dele. Após algumas histórias da banda, e ele ter nos mostrado o seu estúdio de aulas de bateria, descobri que ele foi um dos fundadores da Torcida Popular do Internacional e o foi um dos compositores daqueles cânticos baseados em clássicos do rock que são cantados até hoje nos jogos. A entrevista com ele foi uma das mais bacanas, tanto pela sua atenção conosco quanto a sua receptividade (eu consegui entrevistar ele de novo para mais um trabalho da faculdade).

A única entrevista que eu não participei junto foi com o Frank Jorge, daí não tenho muito o que dizer. Pra quem tem curiosidade, no áudio da entrevista, ele nos contou bastante histórias da sua carreira e vida. O próximo entrevistado na lista foi o Luciano Albo, baixista que substituiu Frank quando ele decidiu sair da banda para terminar o curso de Letras na UFRGS. O Albo foi até o nosso estúdio de áudio na FABICO e contou como foi entrar na banda, além de contar algumas histórias de bastidores dos Cascavelletes, que a gente não colocou no nosso trabalho porque iria estourar o tempo de duração do documentário. O penúltimo entrevistado foi o Nei Van Soria: fomos até a sua loja de instrumentos musicais, que fica no centro de Porto Alegre. Bem como os outros integrantes o retrataram, o Nei é um cara bem reservado e tímido. Ele não entrava muito afundo nas histórias, mas respondeu todos os questionamentos, inclusive sobre o projeto dos seus ex-companheiros, o Tenente Cascavel.

Júpiter no seu escritório (J.A.C.K.)

Júpiter no seu escritório (J.A.C.K.)

Uma das entrevistas que entrou só na finaleira do trabalho foi com o Flávio Basso, vulgo Júpiter Maçã-Jupiter Apple. Não é porque a gente queria muito entrevistar ele que o deixamos para o final, mas sim porque não estávamos conseguindo algum retorno dele ou do seu empresário na época. Eu me lembro que o Gabriel enviou alguns e-mails pra eles, mas não obtivemos nenhum retorno. Isso afetou um pouco a edição do nosso material, já que um dos integrantes da banda não iria dar nenhum depoimento no nosso trabalho. Uma das maneiras que a gente tentou preencher esse vazio foi a criação de um bloco do documentário onde os comunicadores da Pop Rock e os ex-colegas dele iriam dar um depoimento sobre a figura do Flávio Basso. Além disso, encontramos algumas frases icônicas do Júpiter na época em que ele estava nos Casca, daí as utilizamos como vinhetas de transição dos assuntos (a do Barea é a melhor, heha). Numa última tentativa minha, faltando alguns dias para a gente fechar o trabalho, eu resolvi enviar um e-mail, de novo, para o empresário do Júpiter em São Paulo falando sobre o nosso trabalho e etc. E não é que ele retornou no dia seguinte dando os telefones de contato do Flávio para a gente marcar a entrevista 🙂 Marcamos a entrevista para o final da tarde no Chalé da Praça XV, aqui no centro de Porto Alegre. Depois de um tempo de espera no bar, o Júpiter nos liga perguntando se nós gostaríamos de ir até o seu escritório perto da Praça da Alfândega, daí fomos para lá. Ele tinha recém voltado de São Paulo e estava implantando ali naquele escritório o seu selo musical próprio, o J.A.C.K.: Jupiter Apple Corporation And Kingdom. Como ele estava de mudança e não tinham muitos móveis na sala (tinha uma mesa, algumas caixas e a sua grande poltrona azul), nos sentamos no chão do corredor para fazer a entrevista tomando uma garrafa de Coca 2L (ele estava vindo de um período de reabilitação, daí só tomava refrigerante na época). Com certeza, foi uma das melhores entrevistas que eu já fiz, já que pareceu mais uma conversa entre amigos do que uma entrevista com perguntas previamente selecionadas. Acho que com o Barea foi nesse clima também. Abaixo, eu deixo uma foto nossa desse dia.

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Da esquerda para a direita: Douglas Freitas, Júpiter Maçã (Flávio Basso), Bart Borges e Gabriel Hoewell

Pra quem não ouviu ainda esse audiodocumentário, deixo aqui com vocês uma montagem que eu fiz do nosso trabalho com algumas imagens deles durante a época em que eles tocavam juntos. Na parte do doc em que a gente colocou o áudio do programa da Angélica, onde o Flávio responde a pergunta da apresentadora, eu inseri o vídeo com esse trecho que nós selecionamos. Para não ficar só uma montagem de fotos, eu também coloquei algumas apresentações deles em programas de TV. Quem diria, no começo do ano o vídeo estava com 20 mil views no YouTube e hoje já está com quase 30 mil, isso que eu só divulguei na época do trabalho, em agosto de 2011.

Muitos me perguntaram, ou pelos locais que eu divulguei o nosso documentário ou quando vinham me falar pessoalmente que tinham gostado do trabalho, se a banda tinha alguma chance de voltar um dia. Como o Júpiter disse na época, não existia um dogma em relação a este assunto, mas que eles poderiam se reunir qualquer dia e era bom manter esse ar de mistério se volta ou não volta. O Barea também disse que isso era positivo porque a aura em torno da banda permaneceria e eles não precisavam se preocupar em voltar. Vale ressaltar que todos eles se dão muito bem e a volta não se deu mesmo pelos seus trabalhos solo ou rotina atual de vida. Vi muitos dizendo por aí que a banda não voltava porque o Nei não queria e etc. Segundo o Barea, o que mais tinha pé atrás em voltar era o Flávio mesmo, já que ele tinha a sua carreira artística bem estabelecida e não pensava muito sobre um retorno dos Casca. Dando a minha opinião sobre o assunto, depois de ouvir todas as entrevistas do nosso trabalho e também do material que a gente pesquisou, eu acho que ele tinha essa reticência em voltar, além de ele estar em outro momento de composição, porque ele queria e gostava de fazer parte de uma banda de rock quando jovem: Pesadelo (banda com Barea), TNT, Cascavelletes e TNT novamente. Quando o Nei saiu da banda, ele ainda tentou fazer um power trio com os outros Casca, mas não saiu dos ensaios do estúdio. Depois ele voltou para o TNT pensando em compor de novo a banda, mas não durou muito tempo. Acho que esses últimos acontecimentos, em que ele se esforçou para ser um cara de banda, foram cruciais para ele ter esse receio de querer voltar e fazer shows de novo numa volta dos Cascavelletes, senti um pouco disso nas respostas dele sobre o assunto. Como eu disse, isso foi a impressão que eu tive, vai ver ele pensava um pouco diferente.

Uma novidade em relação aos Cascavelletes é que eles irão fazer um show em homenagem ao Flávio Basso, que faleceu no fim do ano passado. O show iria acontecer em agosto deste ano aqui em Porto Alegre, acho que no bar Opinião. Pelo que eu fiquei sabendo, o show foi transferido para o ano que vem em data a ser definida ainda. Até lá, deixo vocês com a música que os integrantes remanescentes dos Casca fizeram em homenagem ao Flávio, o Júpiter Maçã…

Bom gurizada, isso foi um pouquinho do que aconteceu para a gente contar a história dessa grande banda de rock aqui do estado. Alguns integrantes do nosso grupo faziam parte da Revista Bastião e eles publicaram uma reportagem utilizando uma parte do material das nossas entrevistas. Em outra edição da revista foi publicada partes da nossa entrevista com o Júpiter Maçã sobre a sua carreira solo e também da sua passagem nos Cascavelletes. Esse documentário foi uma produção de Ana Elizabeth Soares, Douglas Freitas, Gabriel Hoewell, Gilberto Sena, Luiza Müller e Wesley Borges (EU, Bart Borges). Foi orientado pela professora Cida Golin e com a brilhante ajuda técnica do Neudimar da Rocha, vulgo Batatinha.

Retratos e Relatos | Introdução à Fotografia

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Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

A fotografia desperta em nós uma paixão que nem sabíamos que tínhamos por esta arte, descobrimos ela de maneiras inusitadas, não importando a nossa fase na vida. Sebastião Salgado é um bom exemplo disso, como ele mesmo conta em uma aula magna que ministrou na UFRGS em 2014. Pra quem ficou curioso, a primeira câmera que ele usou e que mudou a sua vida foi uma Pentax Spotmatic II (SPII). No meu caso, conforme a minha postagem anterior aqui no Retratos e Relatos, eu descobri que eu gostava de fotografia numa excursão do cursinho pré-vestibular que eu fazia em 2007, sendo que, até aquele momento, eu não tinha nenhum interesse por fotografia ou gostava de que tirassem fotos minhas.

Campus do Vale UFRGS

Campus do Vale UFRGS

Em 2009, eu passei no vestibular da UFRGS em jornalismo e, no ano seguinte, tive o primeiro contato com a fotografia na disciplina Introdução à Fotografia, ministrada pela professora Sandra Gonçalves. Lá aprendemos a história e biografia de grandes fotógrafos, manejar câmeras analógicas profissionais e como revelar os filmes fotográficos através de processos químicos. Como trabalhos de campo, fizemos duas saídas, uma com filme P&B, no Campus do Vale da UFRGS, e outra com filme colorido, no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. Fazíamos esses trabalhos em duplas, sendo que o rolo de 36 poses era dividido entre nós, além das anotações da abertura da lente e da velocidade do obturador. Na imagem abaixo, vocês podem ter uma ideia mais clara como são os ajustes de uma câmera profissional, lembrando que o ISO é escolhido na compra do filme fotográfico, não na regulagem nos ajustes da câmera, como temos hoje nas máquinas digitais.

Fotometro NIKON

Eu me lembro que a gente só podia revelar e ampliar no nosso laboratório apenas quatro fotos do filme P&B e confesso que eu não sei onde foi parar o filme que eu e a minha colega revelamos. Já o filme colorido, era feito um Copião e a revelação em alguma loja de fotografia, sendo que os dois trabalhos eram avaliados com a nossa professora para discutir questões técnicas de enquadramento, luminosidade e etc. O interessante de utilizar uma câmera analógica, diferente das máquinas digitais de hoje em dia, é que você tem que planejar muito a foto antes de bater, muitas vezes esperar o momento certo do clique ou ter habilidade para não perder a chance de fotografar algo que não vai esperar que você se prepare, como bem disse Henri Cartier-Bresson“Há uma fração de segundo criativo quando você está tirando uma foto. Seus olhos devem ver uma composição ou uma expressão que a própria vida oferece a você, e você deve saber com intuição quando clicar na câmera. Esse é o momento em que o fotógrafo é criativo. Oop! O Momento! Uma vez que você o perde, está perdido para sempre.” Nesse dia do Zoológico, eu levei a minha câmera digital, aquela da minha postagem anterior, para fazer umas fotos enquanto a minha colega utilizava a máquina fotográfica da faculdade, uma Nikon que eu não me recordo o modelo. Abaixo, vou colocar algumas fotos destas saídas numa galeria, o resto vocês podem conferir nos meus álbuns do Flickr.

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