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Making of | Com quantos paus se faz Rock and Roll

Um dos trabalhos que eu mais tive orgulho de fazer durante a faculdade foi o audiodocumentário sobre Os Cascavelletes, Com quantos paus se faz Rock and Roll. O nosso grupo foi premiado com dois trabalhos no 21º Prêmio Unirádio FM Cultura em 2013, sendo um deles o doc dos Casca. Aqui nesta postagem vou contar um pouco dos bastidores  e como foi produzir este material.

Da esquerda para a direita: Flávio Basso, Nei Van Soria, Alexandre Barea e Frank Jorge

Da esquerda para a direita: Flávio Basso, Nei Van Soria, Alexandre Barea e Frank Jorge

Este trabalho da faculdade foi concebido quando eu e os meus colegas fazíamos a disciplina de Radiojornalismo 2 na FABICO-UFRGS, no quarto semestre. Primeiramente, quando discutíamos qual tema abordar nesse audiodocumentário, pensamos em fazer um trabalho sobre o tema rock gaúcho e contar as histórias das bandas mais conhecidas aqui do estado. Como iria ficar muito abrangente, a nossa professora, Cida Golin, nos orientou para que filtrássemos mais a temática, daí resolvemos fazer sobre as bandas TNT e Cascavelletes. Como vimos que também iria gerar muito material e não iria caber nos 30 minutos de tempo do documentário, resolvemos fazer só sobres Os Cascavelletes. Após algumas reuniões em grupo, conseguimos agendar as primeiras entrevistas, então vou colocar aqui mais ou menos como eu me lembro qual foi a ordem dos entrevistados, já que os arquivos que eu tenho aqui estão com as datas fora de ordem 😛

Os nossos primeiros entrevistados foram três comunicadores da rádio Pop Rock (atual MixFMPoa): Arthur de Faria, músico e um dos grandes estudiosos da música brasileira; Mauro Borba, um dos fundadores da rádio Ipanema FM e que vivenciou a cena roqueira dos anos 80 aqui em Porto Alegre; e Paulo Inchauspe, músico e um dos gestores da rádio na época. Fomos muito bem recebidos na emissora por eles e na época a rádio tinha se mudado para o centro de Porto Alegre. Eu me lembro que, depois da entrevista com eles, eu fiquei assistindo o programa Cafezinho sendo feito ao vivo. O próximo entrevistado foi o Alexandre Barea, baterista dos Casca, e fizemos a entrevista num sábado a tarde na casa/escola de bateria dele. Após algumas histórias da banda, e ele ter nos mostrado o seu estúdio de aulas de bateria, descobri que ele foi um dos fundadores da Torcida Popular do Internacional e o foi um dos compositores daqueles cânticos baseados em clássicos do rock que são cantados até hoje nos jogos. A entrevista com ele foi uma das mais bacanas, tanto pela sua atenção conosco quanto a sua receptividade (eu consegui entrevistar ele de novo para mais um trabalho da faculdade).

A única entrevista que eu não participei junto foi com o Frank Jorge, daí não tenho muito o que dizer. Pra quem tem curiosidade, no áudio da entrevista, ele nos contou bastante histórias da sua carreira e vida. O próximo entrevistado na lista foi o Luciano Albo, baixista que substituiu Frank quando ele decidiu sair da banda para terminar o curso de Letras na UFRGS. O Albo foi até o nosso estúdio de áudio na FABICO e contou como foi entrar na banda, além de contar algumas histórias de bastidores dos Cascavelletes, que a gente não colocou no nosso trabalho porque iria estourar o tempo de duração do documentário. O penúltimo entrevistado foi o Nei Van Soria: fomos até a sua loja de instrumentos musicais, que fica no centro de Porto Alegre. Bem como os outros integrantes o retrataram, o Nei é um cara bem reservado e tímido. Ele não entrava muito afundo nas histórias, mas respondeu todos os questionamentos, inclusive sobre o projeto dos seus ex-companheiros, o Tenente Cascavel.

Júpiter no seu escritório (J.A.C.K.)

Júpiter no seu escritório (J.A.C.K.)

Uma das entrevistas que entrou só na finaleira do trabalho foi com o Flávio Basso, vulgo Júpiter Maçã-Jupiter Apple. Não é porque a gente queria muito entrevistar ele que o deixamos para o final, mas sim porque não estávamos conseguindo algum retorno dele ou do seu empresário na época. Eu me lembro que o Gabriel enviou alguns e-mails pra eles, mas não obtivemos nenhum retorno. Isso afetou um pouco a edição do nosso material, já que um dos integrantes da banda não iria dar nenhum depoimento no nosso trabalho. Uma das maneiras que a gente tentou preencher esse vazio foi a criação de um bloco do documentário onde os comunicadores da Pop Rock e os ex-colegas dele iriam dar um depoimento sobre a figura do Flávio Basso. Além disso, encontramos algumas frases icônicas do Júpiter na época em que ele estava nos Casca, daí as utilizamos como vinhetas de transição dos assuntos (a do Barea é a melhor, heha). Numa última tentativa minha, faltando alguns dias para a gente fechar o trabalho, eu resolvi enviar um e-mail, de novo, para o empresário do Júpiter em São Paulo falando sobre o nosso trabalho e etc. E não é que ele retornou no dia seguinte dando os telefones de contato do Flávio para a gente marcar a entrevista 🙂 Marcamos a entrevista para o final da tarde no Chalé da Praça XV, aqui no centro de Porto Alegre. Depois de um tempo de espera no bar, o Júpiter nos liga perguntando se nós gostaríamos de ir até o seu escritório perto da Praça da Alfândega, daí fomos para lá. Ele tinha recém voltado de São Paulo e estava implantando ali naquele escritório o seu selo musical próprio, o J.A.C.K.: Jupiter Apple Corporation And Kingdom. Como ele estava de mudança e não tinham muitos móveis na sala (tinha uma mesa, algumas caixas e a sua grande poltrona azul), nos sentamos no chão do corredor para fazer a entrevista tomando uma garrafa de Coca 2L (ele estava vindo de um período de reabilitação, daí só tomava refrigerante na época). Com certeza, foi uma das melhores entrevistas que eu já fiz, já que pareceu mais uma conversa entre amigos do que uma entrevista com perguntas previamente selecionadas. Acho que com o Barea foi nesse clima também. Abaixo, eu deixo uma foto nossa desse dia.

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Da esquerda para a direita: Douglas Freitas, Júpiter Maçã (Flávio Basso), Bart Borges e Gabriel Hoewell

Pra quem não ouviu ainda esse audiodocumentário, deixo aqui com vocês uma montagem que eu fiz do nosso trabalho com algumas imagens deles durante a época em que eles tocavam juntos. Na parte do doc em que a gente colocou o áudio do programa da Angélica, onde o Flávio responde a pergunta da apresentadora, eu inseri o vídeo com esse trecho que nós selecionamos. Para não ficar só uma montagem de fotos, eu também coloquei algumas apresentações deles em programas de TV. Quem diria, no começo do ano o vídeo estava com 20 mil views no YouTube e hoje já está com quase 30 mil, isso que eu só divulguei na época do trabalho, em agosto de 2011.

Muitos me perguntaram, ou pelos locais que eu divulguei o nosso documentário ou quando vinham me falar pessoalmente que tinham gostado do trabalho, se a banda tinha alguma chance de voltar um dia. Como o Júpiter disse na época, não existia um dogma em relação a este assunto, mas que eles poderiam se reunir qualquer dia e era bom manter esse ar de mistério se volta ou não volta. O Barea também disse que isso era positivo porque a aura em torno da banda permaneceria e eles não precisavam se preocupar em voltar. Vale ressaltar que todos eles se dão muito bem e a volta não se deu mesmo pelos seus trabalhos solo ou rotina atual de vida. Vi muitos dizendo por aí que a banda não voltava porque o Nei não queria e etc. Segundo o Barea, o que mais tinha pé atrás em voltar era o Flávio mesmo, já que ele tinha a sua carreira artística bem estabelecida e não pensava muito sobre um retorno dos Casca. Dando a minha opinião sobre o assunto, depois de ouvir todas as entrevistas do nosso trabalho e também do material que a gente pesquisou, eu acho que ele tinha essa reticência em voltar, além de ele estar em outro momento de composição, porque ele queria e gostava de fazer parte de uma banda de rock quando jovem: Pesadelo (banda com Barea), TNT, Cascavelletes e TNT novamente. Quando o Nei saiu da banda, ele ainda tentou fazer um power trio com os outros Casca, mas não saiu dos ensaios do estúdio. Depois ele voltou para o TNT pensando em compor de novo a banda, mas não durou muito tempo. Acho que esses últimos acontecimentos, em que ele se esforçou para ser um cara de banda, foram cruciais para ele ter esse receio de querer voltar e fazer shows de novo numa volta dos Cascavelletes, senti um pouco disso nas respostas dele sobre o assunto. Como eu disse, isso foi a impressão que eu tive, vai ver ele pensava um pouco diferente.

Uma novidade em relação aos Cascavelletes é que eles irão fazer um show em homenagem ao Flávio Basso, que faleceu no fim do ano passado. O show iria acontecer em agosto deste ano aqui em Porto Alegre, acho que no bar Opinião. Pelo que eu fiquei sabendo, o show foi transferido para o ano que vem em data a ser definida ainda. Até lá, deixo vocês com a música que os integrantes remanescentes dos Casca fizeram em homenagem ao Flávio, o Júpiter Maçã…

Bom gurizada, isso foi um pouquinho do que aconteceu para a gente contar a história dessa grande banda de rock aqui do estado. Alguns integrantes do nosso grupo faziam parte da Revista Bastião e eles publicaram uma reportagem utilizando uma parte do material das nossas entrevistas. Em outra edição da revista foi publicada partes da nossa entrevista com o Júpiter Maçã sobre a sua carreira solo e também da sua passagem nos Cascavelletes. Esse documentário foi uma produção de Ana Elizabeth Soares, Douglas Freitas, Gabriel Hoewell, Gilberto Sena, Luiza Müller e Wesley Borges (EU, Bart Borges). Foi orientado pela professora Cida Golin e com a brilhante ajuda técnica do Neudimar da Rocha, vulgo Batatinha.

Santin Diretor

Olá gurizada

Esse post é sobre um colega meu da faculdade, querido da gurizada. Se você achou familiar este título, não é mera coincidência, heha. O Santin, vulgo Émerson ou Éme, além de ser publicitário e ator, tem talento para ser Diretor de vídeos.

Ele teve uma passagem relâmpago no Estúdio de TV da FABICO, o NEPTV, e nesse curto período dirigiu um curta no seu treinamento. Quem aqui né amigo, nunca pegou as câmeras do NEP quando estava treinando e fez alguma produção fabicana? Esse vídeo foi produzido por ele, o Lucão e a Lu Giordani. Foi feito na época em que o Truco ainda era jogado nas rodinhas fabicanas, hoje em dia tu não vê quase ninguém jogando esse jogo tradicional da nossa terrinha. Nem UNO a gente vê o pessoal jogar, quem dirá um Poker valendo bala 7 Bello (sim, eu jogava Poker valendo balas 7 Bello, porque “é proibido jogar valendo grana” na escola, cursinho, etc, mas isso não vem ao caso agora 😛 ).

Estava eu trabalhando arduamente no estúdio e, ao abrir uma da ilhas de edição, encontrei Little Santin editando um vídeo do seu treinamento. Quando eu abri a porta, parecia que ele estava olhando coisas obscenas na Internet (deu uns vírus naquele PC depois, mas não deve ter sido por isso), tipo quando tu pega uma criança fazendo arte. Daí ele me mostrou a sua obra e eu o ajudei a editar algumas coisas do vídeo que faltavam arrematar. Durante o processo de edição, eu me ofereci para ser um dos dubladores do curta, pois eu gosto de fazer vozes. O resultado é esse aí que vocês podem ver abaixo com uma atuação impecável dos dois atores. Com trilha de Bob Dylan, I Want You, e de um filme de Clint Eastwood, The Good, the Bad and the Ugly, música de Ennio Morricone, segue aí o Truco, Faroeste e Coisinhas Mais, produção da Kanaã Produções Independentes e Tia Vilma United Corporation:

⊗ Estava no YouTube, mas por aquela frescura de direito autoral, provavelmente por causa do Bob Dylan, o vídeo ficou sem áudio e eu tive que postar no Vimeo. Porém, agora em abril de 2016, tive que postar no Dailymotion pelo mesmo motivo do YouTube, já que o Vimeo também excluiu o vídeo.